Eu prefiro ser feliz...

sexta-feira, 17 de abril de 2015



Sabe aquela frase que diz “é melhor ser feliz do que ter razão”? Então, eu que inventei.
Ok, é mentira. Mas poderia ser.

Às vezes eu quero pagar de orgulhosa, muitas vezes eu já disse “fulano que venha atrás de mim”. Mas no fundo, no fundo, eu sou aquela pessoa que sempre prefere se “rebaixar” ou cortar uma discussão no silêncio, dando o “triunfo” ao outro a testar a amargura.
Existe um termo em inglês muito bom para isso: “pushover”. Uma pessoa “pushover” é alguém que é muito facilmente convencido de algo, maleável, pode-se até dizer facilmente manipulável. Como vê, não é um termo muito positivo, então não tem nada do que se gabar dele. Mas a questão é que eu sou uma pessoa feliz, eu não carrego mágoas e nem culpas.

Não foi algo que me transformou, eu sempre fui assim. Eu nunca tive problema em pedir perdão ou perdoar. Sou daquelas que briga com o namorado por algo que ele fez de errado, mas meia hora depois chego perto e eu é quem peço desculpa. Para algumas pessoas eu sou uma sonsa, para outras sou sem personalidade, pra mim eu sou feliz.

Algumas pessoas simplesmente não conseguem fazer isso. Elas vão acumulando mágoas, brigas, discussões, problemas mal acabados, guardando tudo dentro de si e se tornam totalmente amargas. Minha mãe tem uma expressão ótima para essas pessoas, que eu adoro! São “pessoas de coração peludo”. É isso mesmo. Tem tanta coisa em volta, tanto peso em cima do coração delas, que elas não conseguem ser felizes. Não conseguem ser algo de bom na vida das outras pessoas e nem na delas próprias. Eu tenho dó dessas pessoas. E um medo sobrenatural de um dia ficar assim.

Eu nunca vou entender esse “orgulho” fora do normal que alguns tem. Preferem deixar um vão, aquela sensação ruim nos seus relacionamentos, a terem que chegar para alguém e dizer “me desculpe se o que eu disse te magoou”. Me digam, amigos  orgulhosos, é tão difícil fazer isso? Não é uma crítica, eu realmente não entendo como pode ser.
Uns meses atrás eu fui falar com alguém e pedir desculpas por um comentário em brincadeira que eu fiz sobre uma salada e tive medo de que a pessoa tivesse ficado magoada. Sim, uma salada. Porque não existem dimensões para onde se pode ou não ofender alguém.

Não estou dizendo também que seja algo banal para mim. Acredite, não é fácil. Todas as vezes que eu preciso pedir desculpas por algo ou ouvir alguém me pedindo perdão e eu tendo que perdoar, eu fico muito nervosa. Sempre. Minhas mãos suam, eu fico vermelha, às vezes eu quero chorar de vergonha e eu tenho lá no fundo da alma uma pulguinha. Uma pulguinha preta que fica pulando e tentando gritar “não peça desculpas, você não teve culpa!” ou então “não perdoe, ele vai fazer de novo!”. Mas eu não quero alimentar essa pulga, não quero deixá-la crescer e ser um peso.

Eu me dou bem com todo mundo. Não tenho desafetos. Não me envolvo em brigas e discussões. Não sei o que é xingar alguém de boca cheia com o objetivo de magoar, nunca na vida fiz isso.
Acho que um pouquinho de orgulho pode significar auto preservação. Eu sei que eu tenho esse pouquinho, da minha vida inteira existem duas pessoas com as quais eu cortei relações completamente, nunca mais falei e provavelmente nunca mais vou falar, porque foi melhor assim. Mas nem dessas eu guardo mágoas. Tem tanta beleza no mundo, eu não quero sentir o gosto amargo da tristeza para depois cuspir nos outros. Eu quero ser feliz.
Então acho que vou continuar sendo uma pushover, mas levantando todos os dias de coração leve.


E você? Prefere ser feliz ou ter razão?

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