Uma carta para mim mesma 10 anos atrás*

sexta-feira, 25 de abril de 2014



Oi Gabby!
Você ainda gosta que te chamem assim, né? Já vou começar com essa dica: pare. É feio, é brega. Seu nome é Gabriela e "Gabi" é muito mais bonito.

Quem está falando aqui sou eu, ou melhor, você. Você mesma daqui 10 anos. Tenho algumas dicas básicas de sobrevivência e ahhh... se essa carta pudesse chegar até você. Mas se não chegar, não se preocupe. Vai sobreviver. É que você sabe, continuo sendo meio exagerada.

Então começando...
Você tem 15 anos, aceite: você não é adulta. Você é imatura em muitos sentidos e tão adolescente quanto qualquer outra garota de 15 anos. Esquece esse lance de "maturidade" e "agir como adulta". Isso não vai te levar a lugar nenhum. Aproveite sua doce e boba adolescência porque vai ter muito tempo nessa vida pra precisar ser séria.

Use mais cores! Que coisa chata esse armário cheio de roupas pretas. Nem gordinha você é pra querer disfarçar. A vida fica melhor com algumas cores, mas tudo bem... Talvez você só entenda isso daqui um tempo mesmo.

Vá visitar a Nathy! Você não sabe ainda, ninguém sabe, mas daqui algum tempo ela não vai mais estar aqui... E eu sei que você sente saudades dela.

Daqui um tempo você vai ter seu primeiro namorado. Mas não se empolgue muito. Embora ele seja um cara sensacional, não vai durar nada e você nunca vai entender por que namorou.
Depois disso você vai conhecer um outro cara muito legal e vai se apaixonar. É, ele toca violão, faz umas piadinhas engraçadas, é inteligente... Mas não se engane de novo. Vai dar merda. Só que antes de dar merda vocês vão passar quase 3 anos juntos. Aproveite e guarde só as lembranças boas! Porque o passado é seu e ninguém tira, nem a merda. Vai por mim. Vai demorar um tempo pra você perceber, mas não vale a pena guardar o que nos faz mal. Se você puder se tocar disso agora, aos 15 anos, me faria um grande favor.

Eu sei que você gosta muito de química e já pensa em fazer disso a sua carreira. Mas se você puder ouvir bem um conselho dessa carta, eu peço que seja este: vá fazer um curso de engenharia. A dificuldade é a mesma e o seu salário vai ser, no mínimo, três vezes mais alto. Confie em mim, eu sei o que estou falando. Esse mercado de trabalho fez curso com a vida no sentido de querer te sacanear. E, por algum motivo, pra ele ter o título "engenheiro" na frente do nome faz uma boa diferença.

Controle a sua alimentação, faça mais exercícios e use hidratante diariamente. Não que você vá ser gorda daqui 10 anos, mas acredite quando eu digo: magrinhas também tem estrias e celulites depois de um tempo.

Pare de brigar tanto com o seu cabelo. Aproveite esses cachinhos porque daqui 5 anos seus hormônios malucos vão relaxar e seu cabelo vai voltar a ser liso.

Ouça a nossa mãe! Ela é muito esperta! Eu sei que tem coisa que ela fala e que parece bobeira, mas eu juro que ela está querendo ajudar!

Aproveite suas tardes livres e vá aprender outra língua, além do inglês. Ninguém está dando muito valor pra isso agora, eu sei. Mas daqui 10 anos, só uma língua a mais não vai ser suficiente.

Cuide de você e acredite: "você é linda". Eu sei que tem dias que a sua autoestima está no lixo (infelizmente você ainda acorda assim alguns dias, mesmo aos 25 anos). Mas com o tempo você vai perceber o quanto a beleza é superestimada. Esses estereótipos todos são pura bobagem. Cada um é lindo do seu jeito e você precisa acreditar nisso. Pare de seguir modinhas porque elas não combinam com você.

Não se junte a pessoas de caráter duvidoso. Você vai encontrar pessoas na sua vida que parecem legais, mas não são. Aprenda a perceber isso o mais rápido possível. Dica: uma pessoa que sacaneia outro, vai um dia te sacanear também.

Mesmo assim, aprenda também que "segunda chance" deve ser um direito de todos. É verdade, as pessoas não mudam, mas elas crescem. E você vai se arrepender de algumas coisas também. Quando se arrepender ou perceber que estava errada tenha humildade de assumir. Orgulho é um sentimento que as pessoas se enganam achando que é bom.

Ah, por favor, desapegue da ideia de que você toma as decisões para a sua vida. Esqueça, garota... Ninguém consegue decidir como vai ser a vida. O que a gente faz são escolhas baseadas no que pode ou não acontecer. E na maioria das vezes não acontece como esperávamos. Compreender isso desde cedo evita muita frustrações.

Saiba a hora de ficar quieta e dê mais valor ao seu silêncio. Nem todas as pessoas compreendem a transparência e muitas coisas não merecem ser ditas por impulso.

Você enche o saco do seu pai com tanta coisa. Procure uma oportunidade e comece a encher o saco pra conseguir uma viagem! Depois da sua primeira viagem internacional você vai se apaixonar por esse mundão e não vai mais querer parar. Só que essa primeira viagem só acontece nos seus 21 anos. Se você conseguir visitar outros ares antes disso, melhor pra você!

Pare de se depilar com gilette! Vira macho, menina! Cera quente dói, mas facilita a vida. Mas você é muito frouxa mesmo.

Seja cautelosa com o seu fotolog e seu orkut. Tudo na internet vira uma praga e você vai ter muita vergonha de algumas coisas no futuro.

Não se desespere. Eu sei, a ansiedade, a necessidade de controle, a afobação é grande às vezes. Mas não vale a pena. Ainda mais quando se é tão jovem. A grande maioria dos problemas da vida são absolutamente passageiros. O tempo é o seu melhor amigo.

Por falar em amigos... Alguns vão se afastar. Você vai ficar triste com isso,  porque, afinal, é mesmo triste. Mas não os julgue por isso. A vida é assim e você também vai se afastar de alguns. O importante é que você saiba dar valor aos que ficam e tente manter um pequeno contato com carinho com os que estão mais longe.

Pare de se culpar. A vida vai passar, a escola vai passar, a faculdade vai passar e você ainda vai procurar coisa pra se culpar. Mas hoje eu sei, não vale a pena. Eu já falei que você não tem controle sobre o futuro. Então, acredite: as coisas acontecem e a culpa não é sua.

Enfim, Gabby... Tenho tanta coisa pra falar. Queria mesmo te encontrar e poder contar, mas estragaria a surpresa. Então o que eu quero mesmo dizer é: divirta-se!

Um beijo,
Gabi - você mesma aos 25 anos



(*) "Uma carta para mim mesmo 10 anos atrás" é um projeto do site Hypeness.

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terça-feira, 8 de abril de 2014




Pronto, já passou uma semana, estou mais calma. Já respirei, relaxei, refleti... E 7 dias sem How I Met Your Mother já estão causando depressão e tiques nervosos de abstinência. Mas, fora isso, vim aqui para falar sobre o a merda, a decepção, a catástrofe do último episódio.

Já discuti com algumas pessoas a respeito da minha visão. Mas precisava sentar e colocar tudo nos conformes.
Acho que pelo início do texto já deu pra perceber que fui uma das milhares pessoas que não gostou do final.
Eu sempre gostei muito de série. Acabo vendo várias, mas nem sempre consigo acompanhar do começo ao fim ou com todo aquele afinco de fã. No entanto, existem algumas que fazem parte das "séries da minha vida". São séries que me moldaram de alguma forma e marcaram alguma fase. Entre elas estão: Felicity, Friends, Sex and the City, Greek, Grey's Anatomy e, acima de todas, How I Met Your Mother. Essa última tinha tudo para ganhar o podium disparado. Era para ser "a série". Aquela da qual eu não poderia reclamar de nada. Perfeita, onde tudo se encaixa em harmonia, com ótimos personagens bem elaborados e uma amarração de eventos cronológicos de dar inveja. E era mesmo perfeita. Nove temporadas perfeitas, nove anos perfeitos... exceto os últimos 4 minutos da series finale. E a única coisa que me pergunto nos últimos sete dias é "Carter e Craig... WHY???"

Esquecendo um pouco a parte chata, antes de falar do que, na minha opinião, pode ter estragado tudo, acho que não posso ser tão radical. Por ser uma sitcom, soube abordar com maestria temas dramáticos e paradoxos da vida de uma forma que não vemos por aí.
Tenho realmente buscado pensar na série como um todo, aceitando o final apenas como um momento isolado. Afinal, uma das grandes lições da própria série é que vale muito mais o percurso do que onde se quer chegar.

Aproveitando também, o próprio diretor (Craig Thomas), publicou em seu twitter: "Seriously - no matter what you thought of tonight, THANK YOU...you were with us.  We love you". Tradução: "Sinceramente, não importa o que você achou dessa noite (a exibição do episódio), OBRIGADO! Você esteve conosco. Nós amamos você".
Eu assisti cada um dos 208 episódios torcendo, me apaixonando, me emocionando, vivendo e aprendendo com cada um daqueles perfeitos personagens imperfeitos. Então, mesmo não tendo o final esperado/desejado foi uma jornada legen-wait for it-dary!

 Mas realmente falando sobre o final agora. Vou separar por tópicos (personagens) pra ficar mais fácil. Não se assustem se eu falar de cada personagem como um amigo íntimo ou alguém por quem tenho um carinho imenso, como se fosse alguém "real".

 Marshall e Lily - Não dá para falar de cada um separadamente. Sem dúvida são o casal mais fofo da televisão e, mesmo com um breve momento de separação, mostraram e provaram a todos o que é um amor que se mantém forte e como manter a constância num relacionamento sem este cair no ponto "chato". Fiquei muito feliz com todo o sucesso conquistado pelo Marshall. Ele merecia muito e pra mim foi o personagem que melhor representou a "evolução". Fiquei meio perdida por não terem se aprofundado em como ficou a vida profissional da Lily. Eles passaram um ano em Roma, ela como consultora de arte, depois voltam a NY e ela tem mais um filho. Realmente duvido que ela tenha permanecido como consultora (especialmente do Capitain) com 3 filhos para criar. Acredito que ela terminou como ela "não queria", deixando a carreira de lado e criando os filhos. Mas, não me incomoda, pois tenho certeza de que ela foi feliz, chegou ao ápice da carreira e viveu junto a felicidade com o Marshall. Achei o final justo e lindo para os dois.

 Barney e Robin - Vi muita gente reclamando sobre a separação dos dois. Mas, sério, não me surpreendeu e nem incomodou. Explico: adoro o casal Barney e Robin, gostaria muito que eles tivessem ficado juntos, especialmente depois de tudo o que vimos quanto ao casamento. Porém, na minha visão, era um relacionamento fadado ao fim, cedo ou tarde. Como o próprio Barney disse: "não foi um casamento que deu errado. Foi um casamento que deu certo por 3 anos".
Eles eram pessoas muito parecidas e todas as decisões sobre o relacionamento dos dois eram baseadas em uma concessão de um dos lados. E, sejamos sinceros, nenhum dos dois eram mestres em ceder. Repito, gostaria muito que eles tivessem continuado juntos, mas não fiquei surpresa ao ver que chegaram ao ponto de optarem pela separação, simplesmente por não estarem mais felizes juntos. Foi de forma lógica e - quase - indolor. Como a primeira separação deles, lembram?
Muita gente reclamou também sobre terem feito uma temporada inteira baseada no casamento para destruir tudo em 30 segundos. Isso também não me incomodou. Concordo que a nona temporada poderia ter sido elaborada de outra forma, mas não acho que foi "baseada no casamento deles", simplesmente foi onde tudo culminou.
Só o que não gostei mesmo quanto aos dois é que ficou a sensação de que, mesmo o divórcio tendo ocorrido pacificamente e de comum acordo, abriu-se um abismo entre eles. Foi-se a amizade, o carinho, tudo. Vemos os dois novamente na cena do Halloween no telhado e parece que não queriam estar ali. Foi triste.

 Barney - Pelas conversas que tive, acho que sou uma das únicas que gostou e viu sentido no fim do Barney. Muita gente reclamando que ele "involuiu" e voltou a ser o mesmo galinhão de sempre etc. Pedras e mais pedras por terem destruído o amadurecimento dele. Não enxerguei dessa forma. Ele amou muito a Robin, mas todo o "amadurecimento" dele, toda a mudança que ele fez em questão de estilo de vida e comportamento foi 100% por ela. Não mudou a essência porque ele acreditou que viveria melhor assim, foi sempre por ela.
Com o fim do casamento acredito que ele se viu totalmente perdido. Já na casa dos 40, divorciado, o que ele faria da vida? A única coisa que ele sabia fazer: ser galinha. E o fato de ele ter exagerado ainda mais ("the perfect month") mostra o quanto ele estava desesperado por preencher a vida dele novamente. Não gostei da relação dele quanto ao não desejo de ver a filha, a primeiro momento. Foi muito forçado o asco dele quanto à paternidade. Mas adorei a relação dele com a criança e como Ellie (a filhinha) foi a única mulher capaz de mudar de verdade a sua essência.

 Tracy (The Mother) - Acho que é de consenso geral que Christin Milioti foi a escolha perfeita. Todos nos apaixonamos por ela, como personagem, como atriz, como a mãe, como a mulher da vida do Ted. Todos nos apaixonamos juntos. Nenhum diretor na vida irá acertar tanto novamente na escolha de um personagem.
A teoria da morte da mãe já era algo bem especulado e eu fui assistir ao final totalmente consciente dessa possibilidade, aceitando e com a certeza de que essa morte traria um bom significado à série (foi onde eu me enganei). Fiquei muito triste sobre como a presença da mãe foi mal explorada no último episódio. Ficamos todos esperando 9 temporadas para ver uma vida em família construída com muito amor, o relacionamento dos sonhos se desenvolver, e isso só nos foi mostrado através de um texto pobre e algumas fotos. Nos foi roubada a chance de viver junto um pouco da vida da família Mcconnell-Mosby. E a morte? Achei uma imensa falta de respeito com os fãs e com a personagem terem retratado a morte dela de forma tão insensível. Não foi dito qual era a doença, não mostrou enterro, não mostrou como o Ted (maduro após tantos tombos da vida) lidou com a perda e a paternidade solitária. Senti-me completamente traída pelos diretores. "Olha, fizemos você acreditar que a série era sobre essa mulher maravilhosa que você se apaixonou, mas não era. E agora vamos tirar ela de você, assim, sem mais nem menos e nem vamos mais falar sobre isso".

 Ted - Theodore Evelyn Mosby, o que fizeram com você, meu filho?? Em 9 temporadas, acima de tudo, Ted cresceu. Ted amadureceu, levou tapas na cara, da vida e de mulheres. Quase se casou duas vezes, namorou uma maluca e levou 9 anos para finalmente entender que ele e a mulher que ele amava não poderiam ficar juntos. E a deixou ir. Pelo amor de Deus, ele a deixou ir!!! Cena do balão!!! Alô-ou! Diretores, vocês jogaram fora tudo isso!!!
Ted aprendeu que o que era pra ser acontecia naturalmente, não precisava ser forçado. Ted aprendeu que quando alguém é pra ficar na nossa vida, essa pessoa volta. Ted aprendeu que cada relacionamento o fez enxergar a vida de uma forma diferente e que tudo o que ele passou apaixonado pela Robin não chegava aos pés de uma pessoa que realmente era feita para ele. Em 9 temporadas nos foi provado por A + B que Ted e Robin não poderiam ficar juntos, não casava, eram essencialmente muito diferentes.
Ted, POR QUE você pegou aquela trompa azul de novo e foi atrás da Robin, de novo???

 Robin - Chegou a vez dela. Nossa filhadaputa, invejosa, egoísta, egocêntrica querida Robin. Para a mim, ela foi o fim. Foi ela a personagem mais estragada de todas. Foi ela o câncer do último episódio. Sinceramente, eu penso, penso, penso, reflito... Mas não consigo entender onde os diretores quiseram chegar com a personagem final da Robin. Por um minuto, vamos ignorar o fato repulsivo da re-formação do casal Ted e Robin e só focar nela.
Robin chegou em NY jovem e cheia de traumas de uma adolescência frustrada (um pai que a criou como menino e uma carreira artística fútil). Era sozinha, sem amigos, num apartamento cheio de cachorros, mas com muita persistência e vontade de crescer profissionalmente e provar seu valor. Para quem tinha problemas com relacionamentos, ela cresceu e muito! Profissionalmente foi uma subida difícil, mas de sucesso. Fez amigos para uma vida e sempre se mostrou muito leal. De repente, não mais que de repente, sua carreira explodiu e ela precisava viajar o mundo, e abriu mão de toda a sua vida particular para isso. Abriu mão do seu casamento e se distanciou dos amigos que, segundo ela, formaram um grupo onde ela não mais se encaixava (ou não mais era o centro das atenções?). Então, mais de repente ainda, os anos passam e onde ela reaparece em 2030? Exatamente onde estava em 2005, num apartamento em NY, sozinha, sem amigos (em nenhum momento mostrou a sua reaproximação com a turma) e cheia de cachorros.WHATHEFUCK???
A segunda pior parte do episódio (ficando atrás apenas dos 4 minutos finais) é a parte do Halloween de despedida do apartamento do Marshall e Lily, que aliás, a cena só é salva pela fantasia da Lily e de como passei 10 minutos rindo dela. A maneira como a Robin olha para o Ted e a Tracy e sua conversa posterior com a Lily. Foi nesse momento que criei meu ódio por essa canadensezinha. Aquilo não foi saudosismo, aquilo não foi reflexão de vida, aquilo não foi (e nunca será) a paixão enrustida por Ted vindo à tona. Aquilo foi pura e simplesmente inveja. Inveja de uma vida que ela não teve (por escolha própria) e a realidade batendo na cara por ela não ser mais o centro das atenções. Não teria mais Barney nem Ted atrás dela, e Lily também não teria mais tempo de ser a amiga tão presente. E o que ela fez? Se afastou. Egoísta! Argh!
Outra coisa, no episódio que Robin descobre que não pode ter filhos, Ted diz no fim que ela realmente nunca teve filhos, mas que nunca esteve sozinha. Mentira! Nem preciso dizer novamente.

 Ted e Robin - Sim, eu poderia aceitar a dura realidade de encarar Shmosby again. Porém, nunca, jamais da forma como foi executado. Acharia completamente normal que eles se reaproximassem no futuro, mas de uma forma natural e espontânea. Os dois já mais velhos, mais maduros, ambos solteiros e com a vida feita. Obviamente ainda existiria um carinho e por que não tentar novamente uma vida juntos? Odiei com todas as minhas forças terem baseado toda a série nisso. Odiei que o motivo da história do Ted era finalmente correr atrás da Robin novamente e não o amor lindo e verdadeiro pela mãe. A pobre Tracy, coitada, saiu como parideira.  Deu os dois filhos que a Robin não poderia ter e serviu como ponte para o amadurecimento dos dois até que optassem por ficar juntos de novo. (Sim, eu sei que não foi bem assim, mas essa foi a sensação que ficou).
E foi esse final, com Ted novamente, insistentemente, irritantemente, indo atrás da Robin, que quebrou toda a evolução da série, toda a evolução dos personagens, tudo. Quebrou tudo. Foi muito forçado, não criou empatia nenhuma, só criou raiva da personagem. Foi péssimo. Não conseguia me sensibilizar com aquilo. Só conseguia pensar "mas que merda é essa? Destruíram a minha série!".

Já foi divulgado que esse final foi escrito e filmado (as cenas com os filhos) durante a segunda temporada. Lembra-se da segunda temporada? Ted e Robin estavam juntos, criaram uma paixão nacional pelo casal e os criadores pensaram numa forma de deixá-los assim, mas buscando uma alternativa para a mãe, já que já tinham deixado claro que não era a Robin. E este é um ótimo exemplo de porque não se deve escrever o final de uma série quando ela ainda está no começo. Que se dane as cenas gravadas, tudo mudou.

 O MEU FINAL IDEAL
Entendo o que os diretores optaram por fazer e acredito que dava para utilizar a mesma essência sem cagar tanto na série. Então, eis o meu final ideal, sem fugir do original.
Marshall e Lily permanecem da mesma forma. Barney e Robin se divorciam, mas conseguem manter contato, mesmo que não com uma amizade tão forte. Barney volta à vida de putaria, por um descuido engravida uma garota aleatória e começa a refletir o quanto isso pode impactar a sua vida. Está ansioso para conhecer sua filha e esta o transforma completamente. Temos cenas da vida de Ted e Tracy, participamos de momentos importantes, como o nascimento dos filhos e algumas brigas. Tracy adoece e acompanhamos um pouco do quanto isso é duro para o Ted, mas, como ele mesmo diz, o quanto ele se sente grato por poder estar com ela. Temos o enterro e Robin está presente, pois todos prometeram estar juntos nos momentos marcantes, e estes nem sempre são apenas os bons. O enterro nos traz uma bela mensagem. Ted termina de contar como conheceu Tracy e os filhos tem a (ridícula) epifania sobre a Robin, mas Ted corta completamente a ideia, demonstrando como Robin foi importante em toda a sua jornada, mas que o real sentido da história era contar sua trajetória para chegar à mãe. Ted fica com aquela pulga atrás da orelha e um tempo depois encontra Robin casualmente. Sem forçar a barra, termina de uma forma subentendida de que ficariam juntos.



 Ficou muito, muito longo... Mas eu precisava falar tudo. Comente sobre o que você achou do fim e se concorda ou não com a minha visão ;)