O que te limita?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011


O que você gosta de ouvir???
Sério? Mesmo?
Quer me fazer pergunta cretina mais corta clima é só me perguntar isso.
Até entendo que tem pessoas que não conseguem manter um assunto aleatório e querem continuar a conversa e tal. Mas nessas horas é melhor falar sobre o tempo, sobre o jogo do Brasil etc.
Por que raios eu tenho que definir o que eu gosto de ouvir???

No ônibus, de volta do estágio, eu estava analisando o  meu ipod. Sou uma pessoa realmente eclética - e não acho isso uma anomalia da natureza. Em sequência de álbuns, apenas a título de ilustração, meu pequeno objeto musical tem: rock, indie, folk, instrumental, mpb, pagode, forró, funk, sertanejo, pop e gospel. São quase todos os estilos musicais existentes e eu juro que não inclui nenhum pra exagerar aqui. E eu realmente ouço todos. Mas cada um de uma vez. Nunca na vida eu vou usar o modo aleatório com todas as músicas. Simplesmente porque não faz o menor sentido ouvir Led Zeppelin e logo em seguida Jorge e Mateus. São fases diferentes, momentos diferentes.
Gostar de coisas diferentes não significa que você precisa fazer tudo ao mesmo tempo.
Ninguém come feijoada com peixe. Mas nem por isso alguém precisa necessariamente escolher um dos dois pra comer pra sempre.

Então quando alguém me pergunta o que eu gosto de ouvir, eu fico com aquela cara de meia.
[OBS: "cara de meia" é aquela cara que você faz quando alguém te dá um par de meias de presente. "É isso aqui mesmo? Um par de meias? Puxa... obrigada!"]
E aí sou obrigada a responder "ah... eu gosto de tudo". E me sinto uma tapada. Pareço uma pessoa completamente sem personalidade. É claro que eu tenho algumas preferências. Mas tenho as minhas preferências dentro de cada gênero musical, dependendo da fase que eu estou vivendo. Deu pra entender?

É tipo: "o que você gosta de fazer?". Eu vou fazer o programa que tiver a companhia mais agradável e combinar com o meu estado de espírito.
Ou então: "qual é o seu estilo?". Por que eu preciso ter um estilo específico. Eu não vou trabalhar de chinelo e nem vou de scarpin pra faculdade. Isso não significa que eu seja largada e nem clássica.

As únicas duas coisas das quais gosto de me limitar na minha vida são a minha crença e minha orientação sexual.
Acredito em Deus.
Gosto de homens. E um de cada vez, obrigada.

Menina pra namorar

terça-feira, 20 de setembro de 2011


O que é "menina pra namorar"?
Já quero começar o texto logo de cara pedindo comentários. Sério, defina no campo abaixo o que seria essa tal de "menina pra namorar".
É uma princesinha numa redoma de vidro? Aquela moça arrumadinha, com cara de santa, que só tem contato com álcool nos seus remédios de homeopatia e solta flatulências com cheirinho de lavanda. É isso?

Já entrei em algumas longas discussões de como a maioria dos homens adora ficar com aquela garota parceira, que anima qualquer programa, que usa decote e topa um hamburguer na madrugada, mas na hora de namorar é aquela princesinha sem-sal que é escolhida.

Uns (bons) meses atrás eu jogava longas conversas fora com um blogueiro famosinho de São Paulo por msn (não citarei nomes). Até que um dia trocamos orkut e fui obrigada a ter o seguinte diálogo absurdo:
ELE - "Nossa, você deveria tomar mais cuidado. Com as suas fotos do orkut! Eu ficaria com você, mas nunca te levaria a sério."
EU (sem entender nada) - "Como assim, por que?"
ELE - "Um dos álbuns só tem foto de festa, um monte de gente junta, só bagunça, isso não passa boa impressão."

Fiquei sem reação.
Como assim? A pessoa nunca me viu na vida, não sabe metade dos meus valores e ideias e vem me julgar como "menina pra não-namorar" por que eu tenho fotos com os meus amigos? Oi?
Vale frisar que eram todas fotos realmente com amigos, em nenhuma eu estava bêbada e não tinha absolutamente nenhum resquício de pouca vergonha, eram apenas festas.

Mas então cheguei à conclusão: não eram as fotos. Era a ideia distorcida que as pessoas tem pra algo que eles querem acreditar.
Receita: universidade pública + festa de república + amigos + cerveja + diversão = "menina pra não-namorar".

Conheço ótimas garotas festeiras, que bebem, se divertem, são parceiras em todas as horas e são ótimas namoradas, que sonham em se casar e ter uma família como aquela sem-sal que fala com voz irritante, querendo ser meiga as 24 longas horas do seu dia.

Na época lembro que cheguei a pensar sobre isso. Será que eu estava errada? Será que pra conseguir que um cara me visse com respeito eu precisava tirar aquelas fotos de lá e mudar a minha vida social que me faz feliz?
Não. Achei que se um homem precisasse ter em consideração as minhas fotos e as minhas festas para julgar se deveria ou não me levar a sério, ao invés dos meus pensamentos e valores, era esse homem que não merecia o meu respeito.

Procurando alguma coisa?

domingo, 11 de setembro de 2011


Podem dizer o que for, mas os ditados, por mais chatos, clichês ou sem sentido que pareçam, sempre existem por alguma razão. Todo mundo consegue encontrar um ditado que case com sua situação, ou com o que está pensando.
Particularmente, acho que um dos melhores ditados de todos os tempos é o clássico "Quem procura, acha!". Minha mãe sempre me repetiu isso, pois desde sempre tenho uma dificuldade crônica para encontrar as coisas perdidas pela casa - ou pelo buraco negro do armário. No entanto, hoje vejo esse ditado com outros olhos. Ele se encaixa perfeitamente não apenas quando você precisa do guarda-chuva e está com pressa, mas em qualquer situação em que você queira - ou não - encontrar algo.
Principalmente quando, no caso, você não quer. Sabe aquela história do "cuidado com o que você deseja"? Segue a mesma linha de pensamento. Cuidado com o que você procura, porque você vai achar!


"João e Maria estão bem e felizes. João tem uma certa dificuldade em conviver com a felicidade sem preocupações. João fuça loucamente em todos os arquivos virtuais e não virtuais de Maria. João nem sabe ao certo o que está procurando, mas está! João encontra um histórico de MSN. João lê:
"Luiz diz:
Maria, eu te amo!!
Maria diz:
=)"
João enlouquece. João passa 2h47min brigando com Maria. João e Maria terminam.
Luiz era um amigo de infância de Maria. Luiz ia pedir Clara em casamento, outra amiga de infância. Maria havia encontrado uma foto dos três aos 13 anos, amigos inseparáveis. Luiz ficou muito grato e mandou um sincero 'eu te amo'.
- Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência -"


O tal João da estória achou o que procurava. Maria não estava fazendo nada! Mas ele achou. Pra quem procura, apenas o psicológico basta.
Ele ainda deu sorte. Perdeu a Maria, mas saiu ileso. Em geral acabamos encontrando algo que existe de fato, sem necessidade do psicológico.
Mas então me perguntam: como não procurar??? COMO?
A receita é simples: uma xícara de chá de limão com mel, berinjela frita passada no açúcar, um gole de coca com conhaque e - o mais importante - ignore sua essência humana.
Viu como é fácil?