E aí, beleza? - Parte I

quinta-feira, 4 de setembro de 2014



PRÓLOGO (sim, eu quero um prólogo no meu texto, ok?)

Eu normalmente levo de duas a três horas entre escrever um texto, revisar, revisar, revisar e finalmente postar. Mas comecei a escrever este texto há três semanas. Primeiro escrevi metade e desisti de terminar, mas então começaram a pipocar assuntos e discussões que me fizeram mudar de ideia.
Particularmente acho muito difícil falar sobre beleza em todos os seus sentidos. Por isso, este texto fica dividido em duas ou mais partes e por ora fico apenas na introdução de tudo o que quero falar sobre o assunto.



Certa vez, há muito tempo, o ex-namorado de uma amiga engatou um novo namoro pouco tempo após o término. E minha amiga - que para facilitar chamarei de Joana -, revoltada com a situação, veio me chorar as pitangas. Não julgo a coitada. Isso é bastante comum. Sempre tem alguém que dá "move on" primeiro e o outro fica lá, com aquela sensação de impotência. Mas o interessante mesmo foi a conversa que tivemos

Como qualquer outra pessoa que se sente traída com o fim do relacionamento, ela achava muito mais fácil descontar toda a raiva sobre a nova namorada do que sobre o ex. E me disse na conversa: "Eu não acredito que ele está com aquela menina escrota. Ela é muito feia. Na verdade ela é feia pra #$%!@ (use aqui seu palavrão favorito). É... Ele deve estar muito apaixonado mesmo, o amor é cego!".

A verdade é que eu não achava a tal menina feia. Mas não achei que aquele era um bom momento para discordar da minha amiga. Joana era mais bonita, é verdade, mas no sentido estereotipado de padrão de beleza. O que, obviamente, não tornava a outra feia de verdade.

Então parei para refletir sobre a expressão comum - e que tem até filme com o seu nome: "o amor é cego". O amor é cego? Será mesmo?
Não entrarei nos méritos dos motivos para o fim do relacionamento de Joana. Nem me lembro mais dos detalhes. Mas por que será que ela não reagiu de forma mais madura naquela situação do que simplesmente julgar algo tão superficial? Poderia ter levantado tantas coisas, refletido sobre tantas coisas. E mesmo com todas as possibilidades, o que a destruiu por dentro foi o pensamento de "como ele pode ter me trocado, eu sendo tão linda, por alguém tão feia?".

Uma outra situação parecida que vivi sobre o assunto foi mais pessoal. Quando eu e meu namorado oficializamos o relacionamento, a ex dele publicou um meme no facebook que dizia (não me lembro as palavras exatas): "Soube que meu ex já está com outra. Mas daí vi que ela é feia e que a vida se vingou por mim".
Não sei, acho que eu poderia ter ficado chateada ao ler isso, talvez essa fosse até a intenção. Mas, na verdade, eu achei tão engraçado que só consegui rir mesmo.

Até onde eu sei, a vida não é um concurso de beleza. Pelo menos eu nunca perdi ou ganhei nada por ser mais feia ou mais bonita que alguém.
Então por que algumas pessoas ainda acham que isso vale alguma coisa?
Que tipo de vingança a vida me deu, se mesmo depois de tanto tempo eu continuo tão feliz?
Por que o amor é cego, se vemos a vida de forma tão mais clara e ampla quando estamos apaixonados?

Tenho certeza, já aconteceu com todo mundo, pelo menos uma vez na vida, de conhecer alguém que parecia "feio" a primeiro momento e depois se tornou lindo.

A beleza padronizada, velada em maquiagens e roupas caras só te serve para fotos e a paquera na balada. Depois de algum tempo você precisa ter algo a mais para oferecer.
E ahhh, como há feios belos neste mundo!!

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