"and you'll come to me,
and you'll tell me about us,
and we'll start over"
Em abril de 2012 eu estava em um daqueles grandes jogos
universitários. Era uma cidade tão pequena que nem me lembro o nome, quase em
Minas, longe de tudo.
Estava doente, estava chata, estava me achando velha pra
tudo aquilo, não queria estar lá. Não sei porque fui, mas fui.
No segundo dia eu acordei e decidi que iria embora, não
tinha a menor ideia de como iria, mas iria.
Não tinha ônibus para Bauru, não tinha ônibus para quase
nenhum lugar. Se eu pegasse dois ônibus, em seis horas poderia estar em
Ribeirão Preto, era o mais próximo que eu tinha de “casa”. Mas mesmo assim não
chegaria a tempo de pegar o último ônibus para Bauru.
Liguei para o meu amor, que era meu ex, meu amigo, meu
confidente, mas que estava distante. Parecia uma louca, mas falei: “Preciso de
você. Preciso ir embora daqui. Você pode me pegar na rodoviária no começo da
noite e me dar um lugar pra dormir?”.
Eu sabia que ele já tinha alguém novo. Não era um namoro,
mas era alguém. Eu não queria atrapalhar, não queria mesmo. Mas ele era a única
pessoa que eu queria do meu lado.
Ele me buscou e passamos umas duas horas sentados de
frente pro outro em silêncio.
“O que você quer de mim? O que você espera que eu faça?” –
ele perguntou.
“Não sei” – respondi, com toda a sinceridade que pude
encontrar e lágrimas nos olhos.
Dez minutos depois ele sentou do meu lado e me beijou.
Já tínhamos nos beijado muitas vezes e no futuro beijamos
muitas vezes mais. Mas nunca esqueci daquele beijo em especial.
Quando acordamos na manhã seguinte, antes que eu fosse
embora ele disse “Não podemos ficar juntos. Não consigo com essa distância. Não
tem como dar certo”.
Eu respondi “Eu sei. Não tem como dar certo agora. Eu sei que você não consegue.
Mas a gente sempre acaba junto no fim da história”.
Fui embora.
Um mês depois ele começou a namorar. E eu decidi que era
tudo uma bobeira que eu deveria deixar para trás. Decidi que iria me apaixonar
de novo. E me apaixonei. Durou três meses e foi uma paixão forte o suficiente
pra me fazer acreditar que naquela manhã eu estava errada, que o fim da
história já tinha sido faz tempo. Mas essas paixões sim, são uma grande bobeira
às vezes.
Dia 24 de dezembro do mesmo ano eu estava arrumada e
maquiada para a noite de natal. Mas me bateu uma saudade sem tamanho.
Tínhamos brigado feio quase dois meses antes. Jurei para
mim que nunca mais. Nem como amigo.
Não tinha mais o número de telefone e nem o facebook
dele, mas tinha o e-mail. Mandei sem esperar nenhuma resposta:
“Só gostaria de desejar um Feliz Natal e que 2013 te
traga felicidade e paz, o resto é consequência. Espero que esteja bem e que
este e-mail não te atrapalhe. Sinto saudades”.
Esse foi o momento da minha vida que eu deixei de lado
todo o orgulho, todas as expectativas, todo o passado, todos os planos um dia
feitos e simplesmente escolhi desejar um feliz natal pra quem eu amava, de
coração. Não por mim, mas por ele.
Cinco minutos depois chegou uma mensagem no meu celular,
um número 11, que eu não tinha mais. Foi o momento em que meu coração parou por
alguns segundos e senti um medo maior que eu.
“Feliz natal gorda! Pra você e toda a sua família! Você
não sabe como me deixou feliz com esse e-mail, foi o melhor presente que eu
poderia ganhar! Se quiser, podemos conversar depois? Beijos”.
Passamos uma semana trocando mensagens. Faltava coragem
até pra uma ligação.
Dia 12 de janeiro de 2013 ele veio me visitar.
Dia 11 de fevereiro fomos passar 17 dias na Disney.
E desde então não passamos um dia sem nos falar, nos
vemos todos os fins de semana e sentimos que é infinito. Sentimos, sim, no plural, porque o amor não é sozinho.
Precisei esquecer do que eu queria para entender que o
amor vem quando é pra ser completo.
Se ele me perguntar hoje novamente “O que você espera de
mim?”, eu sei o que responder:
“Espero que você se lembre todos os dias de me amar por
mim. Porque todos os dias eu te amo por você”.
Caiu uma lágrima aqui, seus textos são incríveis!
ResponderExcluirBeijos
Escreva mais!
Muito obrigada "Anônimo" ;)
ExcluirDeixe seu nome da próxima vez rs...
E volte sempre =)
E isso é real ou só um texto?? Lindo lindo!!
ResponderExcluirOi "anônimo", é real sim :)
ExcluirObrigada pela visita! Deixe seu nome na próxima ;)