Resenha de leitura - O Castelo nos Pirineus + Novidades

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Começando do começo....
Depois de muito tempo o blog está de cara nova, cores novas e um ar mais clean! Gostaria de agradecer publicamente ao meu namorado que gentilmente se propôs a dar essa arrumada na casa, já que eu não entendo muito da tecnologia por trás do que eu escrevo aqui. Obrigada, meu amor! S2

E cara nova pede também novidades! Por isso estou iniciando hoje o projeto "TAG Eu Li".
Desde o ano passado o blog foi tendo uma decaída na quantidade de textos publicados, tanto pela falta de tempo quanto pela falta de inspiração. Textos pela metade que ficaram pelo caminho é o que não falta. Vou te dizer, é bem difícil ser feliz no amor e manter uma inspiração para escrever. Mas estou tentando voltar à ativa. Pensando nisso achei que seria legal compartilhar minhas impressões pessoais sobre minhas leituras. Então toda vez que eu utilizar a TAG Eu Li vou falar um pouco sobre algum livro.

Sem mais delongas, vou começar com a primeira TAG.
Livro: O castelo nos Pirineus
Autor: Jostein Gaarder


“Claro que chorei no trem. Chorei até chegar a Bergen. Não entendi mais nada. De repente, eu só sabia que nós pensávamos de modos diferentes, mas não conseguia compreender por que não podíamos conviver com isso. Obviamente não éramos o primeiro casal do mundo a acreditar em coisas diferentes. Ou você acha que um crente e um descrente não podem de modo algum viver sob o mesmo teto, como marido e mulher? (…) Eu pergunto: o que é o mundo, Steinn? O que é um ser humano? E o que é essa aventura estelar em que nadamos como pequeninas pérolas encantadas de consciência?”

Já faz tempo que li este livro, mas, mesmo não estando tão fresco na minha memória, resolvi começar a TAG com ele por alguns motivos que achei justo. Dei de presente a um amigo alguns dias atrás e isso me fez relembrar sua doce história e como me foi uma leitura agradável. Sou um pouco suspeita para falar pois, até que alguém ou outros livros me façam mudar de ideia, Jostein Gaarder é meu autor favorito. Ele tem cerca de 20 livros publicados, infelizmente, ainda não consegui ler todos, mas sempre que posso comprar/ler algum faço sem nenhum medo pois já tenho certeza de que vou gostar.
Como a maioria das pessoas, o primeiro livro dele que eu li foi O Mundo de Sofia, quando tinha 14 anos. Que, embora seja o livro mais vendido da história da editora Cia das Letras, é um livro que fica bastante dividido entre amor e ódio dos leitores. É quase um livro didático de filosofia, com um romance de pano de fundo. Eu gostei porque sempre me interessei por filosofia. E foi desde então o que me abriu portas para os outros livros do autor.
Mas não estou divagando aqui à toa. Faço estes comentários pois quase todos os livros dele vêm subtitulados como "do mesmo autor de O Mundo de Sofia" e muitos não tem uma relação direta com ele. Gostaria que as pessoas não ficassem tão propensas a relacionar o autor a um único livro. Mesmo quem não gostou deveria dar uma nova chance a outros livros dele como O Pássaro Raro ou O dia do Curinga.
Falando mais um pouco sobre o autor - e eu juro que estas informações complementam a minha visão sobre o livro -, é um norueguês, filósofo e teólogo, que usa e abusa destas três características para seus livros. Mesmo quando ele não fala diretamente sobre filosofia (como fez em O Mundo de Sofia) gosto de como ele se utiliza de construções filosóficas para dar firmamento a suas histórias.

O Castelo nos Pirineus conta a história de um casal, Solrun e Steinn, que se reencontra 30 anos após um fim abrupto de um relacionamento intenso. O reencontro se dá ao acaso, ambos com suas vidas construídas e, ao perceberem que tomaram caminhos tão distintos, resolvem manter contato e discutirem um pouco sobre o passado, a vida e tentarem entender o motivo da separação.
A doçura do livro se dá no que para muitas pessoas seria motivo de guerra: a antítese de seus personagens principais. Solrun é uma mulher muito religiosa, que acredita na transcendência do espírito e da alma e em mistérios sobrenaturais. Já Steinn é totalmente cético, crê apenas na razão e na ciência.
O livro é curto (apenas 177 páginas) e não possui um narrador exclusivo. Todos os capítulos são baseados em trocas de e-mails entre Solrun e Steinn. Sei que parece bobo e cansativo, mas é uma leitura muito agradável.A maneira como eles se tratam é muito cordial e carinhosa, deixando claro que, o que quer que tenha acontecido no passado, o relacionamento foi muito puro e bonito. Embora suas visões de mundo sejam completamente antagônicas, cada um explana sua ideia de maneira clara, educada e compreensiva, sem tentar passar por cima da concepção do outro. O que é uma surpresa no mundo em que vivemos quando se trata de visões opostas entre ciência e religião. A cereja do bolo é o final surpreendente e o mistério da mulher-amora que cerca a história.

É uma leitura fácil, agradável e muito instrutiva. É um romance moderno que trata de assuntos contemporâneos, mistérios, religião e ciência sem pender a nenhum lado clichê. Por ser uma leitura rápida, recomendo mesmo a quem não está muito familiarizado com o mundo dos livros ou quer iniciar.

Nota pessoal: 9,0

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