Não
sei se eu acredito em amizade pós-namoro. Já defendi muito isso, mas preciso
dar o braço a torcer que não. Não sei se tem como.
Não
estou dizendo que a pessoa namora por 6 anos e depois que acaba precisa
esquecer que existe. De forma alguma. Você compartilhou uma parte da sua vida
com o outro (e muitas outras coisas). Chega a ser uma falta de respeito cortar
relações totalmente depois do fim – claro dependendo das condições do término é
necessário. Mas a palavra “amizade” eu desconfio mesmo. Quem sabe, talvez,
depois de muito tempo, anos, com a vida dos dois já tendo tomado seus rumos,
pode ser que o contato casual evolua.
Na maioria das vezes quem
quer continuar “amigo” depois que acaba é por não ter aceitado o fim por
completo. Um relacionamento de verdade vai muito além de namorados, existe
amizade mesmo. Então, manter esse lado é uma forma de não deixar o relacionamento
acabar por inteiro. Falo isso por experiência própria.
Hoje
me dou bem com dois dos meus três ex-namorados. Mas percebi que “me dar bem” é
diferente de “ser amiga”. Não há cumplicidade total, troca de experiências,
compartilhamento, convivência. O que ficou foi o respeito, o carinho, as
lembranças. Mas toda vez que tenta aumentar o vínculo fica difícil de novo.
Acredito ser pelo motivo de já ter vivido tanto junto, de saber tanta coisa.
Tem como ser amigo de alguém que já passou essa barreira?
E
como eu queria estar errada!
Já
cheguei a me perguntar: “mas eu não sinto mais nada por ele nesse sentido, e
nem ele por mim. E a gente se dá super bem... por que não conseguimos estreitar
mais o contato de novo?”. A conclusão que eu chego é “porque não faço mais
parte disso”.
Ligar
no dia do aniversário, trocar aquele “oi, tudo bem, como vai” no Skype, até
marcar uma cerveja com os amigos (no caso de ter amigos em comum) casualmente é
aceitável.
Mas,
visitas constantes, “comprei esse negocinho porque lembrei de você”, ligações
depois das 22h, sms de “bom dia” e “vamos sair pra um barzinho, eu, você, minha
namorada e seu namorado” é completamente dispensável. Amiguinhos, amiguinhos,
ex-namorados à parte. A não ser que haja outras intenções na reaproximação pela
amizade.
Para
não parecer tão radical quanto ao assunto, uma situação em que acho que a
amizade pode funcionar bem é quando já eram muito amigos antes do
relacionamento. Algumas pessoas conseguem voltar, mas ainda assim é preciso ter
cuidado.
É
preciso saber colocar um limite nas coisas. Já vi casais tentando manter uma
“super amizade” que não deu em nada. Como mantinham muito contato, acabavam
ficando vez ou outra, mas não queriam voltar. Só que, como não se deixavam,
também não permitiam evoluir nada com outra pessoa. Enfim, é um ciclo. E nem
precisa dizer que acabou com um dos dois machucados né!? Porque
“amigos-ficantes-ex” é uma situação muito confortável até um dos dois encontrar
alguém que resolva assumir algo a mais e deixar o outro chupando dedo. Afinal,
mulher nenhuma e homem nenhum aceita um(a) “ex-superamigo(a)” pendurado.
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